30/05/2007

PEQUI


O Pequi, árvore da família das cariocáceas (Caryocar brasiliense) é o símbolo máximo da goianidade. É uma árvore de baixo porte nativa do cerrado. O fruto, substancial e gorduroso, é utilizado tradicionalmente na culinária do Centro-Oeste em pratos como arroz com pequi e frango com pequi. Da polpa, extrai-se um óleo empregado para frituras, como condimento e na fabricação do licor.

Embora seja encontrado em outros estados vizinhos, é apenas em Goiás que existem todas as espécies, as quais frutificam, no seu conjunto, de setembro a fevereiro. Mas dada a sua extrema importância para a grande maioria dos goianos, ele é conservado tanto em essência quanto em conserva.Sua história de amor com a culinária goiana começou ha séculos, na antiga Vila Boa (Cidade de Goiás), ainda no início do século XVIII. Atualmente é a fruta utilizada das mais variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes das mais variadas, no leite, e na forma de um dos mais afamados licores de Goiás, seu grande atrativo, além do sabor, são os cristais que forma na garrafa, que dizem, são afrodisíacos.


Alguma dicas de como se comer o pequi:

Ele deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres. Ele deve ser levado a boca para ser "raspado " cuidadosamente com os dentes, até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada e os espinhos ser vistos. Nunca jogue os caroços no chão: eles secam rápido e os espinhos podem se soltar. A propósito, a castanha dentro do caroço é uma delícia; para comê-la, basta deixar os caroços secarem por uns dois dias e depois torrá-los.

Importantíssimo: jamais, sob quaisquer circunstâncias morda o caroço. Se você morder o caroço, ficará com a boca cheia de espinhos. O jeito certo de comer o pequi é roendo.


O pequi também ameniza o tratamento de câncer.

Pesquisadores da UnB mostram que fruto ameniza ação degenerativa de drogas do tratamento da doença O fruto típico do Cerrado tem propriedades que o indicam como coadjuvante eficiente no tratamento de câncer e, ainda, para o retardamento da velhice.
Os dados foram levantados em pesquisa coordenada pelo professor César Koppe Grisólia, do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa concluiu que o pequi é capaz de proteger as células dos efeitos colaterais das drogas usadas no tratamento de câncer, que costumam ser muito violentos. Os testes realizados em camundongos submetidos a uma combinação de substâncias como ciclofosfamida e blomicina, usadas no tratamento de pacientes com câncer, revelaram que o pequi exerceu efeito protetor contra os danos causados às células pela combinação das drogas.
A idéia de investigar as propriedades do pequi veio com a descoberta de que ele era rico em vitaminas A, C e E. Outro benefício do consumo do fruto detectado pelos pesquisadores é que ele retarda a ação dos chamados radicais livres, moléculas que se formam no organismo humano e provocam reação danosa às células. Essas substâncias podem levar à formação de tumores, ao surgimento de doenças cardiovasculares e ao envelhecimento.


FRANGO COM PEQUI

INGREDIENTES:

1 frango caipira cortado em pedaços

1 colher de café de açafrão

1 dente de alho1 dúzia e 1/2 de pequis sem casca

1 cebola média em rodelas

Coentro picado

Sal
Acompanhamento:

6 espigas de milho debulhadas

1 cebola média em rodelas

Coentro picado

Pimenta calabresa a gosto

Pimenta-do-reino a gosto

MODO DE PREPARO:
Tempere os pedaços do frango com sal e pimenta-do-reino, horas antes de iniciar a receita. Deixe na geladeira até pegar gosto. Numa panela grande, coloque um pouco de óleo, um dente de alho amassado e o açafrão. Dissolva-os. Acrescente os pedados do frango. Mexa até dourar.
Em outra panela, refogue o milho. Despeje um pouco de água quente e abafe. Coloque sal, pimenta-do-reino e pimenta calabresa a gosto. Por último, a cebola em rodelas e o coentro picado. Desligue a panela do milho.
Quando o frango estiver dourado, coloque os pequis. Não mexa muito para que os frutos não endureçam. Depois, cubra o frango com água quente para que termine o cozimento. Quando a água secar, despeje a cebola em rodelas e o coentro picado.

20/05/2007

Cerrado dá sabor peculiar à culinária de Goiás


Aromático e amarelo, o pequi é um controverso ingrediente da culinária goiana। Não há meio-termo। Ama-se ou odeia-se.Típico da região Centro-Oeste, o pequi tem gosto forte e exótico e está em receitas doces e salgadas, do licor ao arroz e à galinhada.Mas atenção: nunca morda um pequi, pois o seu interior é repleto de minúsculos espinhos. Ao prová-lo, com os dentes, raspe delicadamente a sua superfície.A variedade gastronômica em Goiás é grande. As opções vão do arroz com feijão feito no fogão à lenha aos pratos que levam os frutos típicos e exóticos da região.Um deles é o empadão goiano, tipo de torta feita com carne de porco, linguiça, frango, queijo e guariroba (que parece um palmito amargo), assada em uma cumbuca e servida individualmente.Outros pratos que podem ser saboreados na cidade são o feijão-tropeiro, o arroz Maria Isabel (arroz-de-carreteiro), o peixe na telha e a moqueca de peixe.

Culinária

As sobremesas mais encontradas na cidade são os doces caseiros de frutas -principalmente as do cerrado-, os doces cristalizados, o bolo de arroz, o pastelinho (torta com doce de leite e uma pitada de canela) e o alfenim (doce feito com açúcar, água e limão, com formato de animais e flores)।Na praça do Coreto, no centro da cidade, um bar vende picolés e sorvetes de massa caseiros de sabores de frutas regionais, como murici e cajá, por R$ 0,70 o picolé ou R$ 1,00 a bola de sorvete.Goiás Velho tem muitos restaurantes, a maioria de pequeno porte. Aconchegantes, eles mantêm a arquitetura das casas antigas.No restaurante Braseiro, no largo do Chafariz, o ambiente é simples e a comida caseira, feita no fogão à lenha, farta. Uma refeição por pessoa inclui arroz branco, feijão, arroz com pequi, dois tipos de salada, dois tipos de carne, mandioca frita, farofa, guariroba e quiabo. O suco de cajá é ótimo.


ALESSANDRA Kianek

Enviada especial da Folha de S.Paulo a Goiás