20/06/2007

FICA




O IX Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental - FICA - distribuiu um total de R$ 240 mil em prêmios, é a maior premiação da América Latina. Teve 522 obras inscritas, das quais 322 internacionais e 200 brasileiras. Entre os 31 filmes escolhidos, 20 são produções estrangeiras (15 países, contando-se co-produção) e 11 do Brasil, dos quais 5 são de Goiás.

Premiação:
· Troféu Cora Coralina - Maior Destaque do Festival (prêmio de R$ 50.000,00)
"AINDA HÁ PASTORES" - Direção: Jorge Pelicano - Documentário, Portugal – 2006
· Troféu Carmo Bernardes - Melhor Longa-Metragem (prêmio de R$ 35.000,00)
"KHADAK" - Direção: Peter Brosens e Jéssica Woodworth - Representante: Od Howell - Ficção, Alemanha / Bélgica – 2006 e "PIRINOP, MEU PRIMEIRO CONTATO" - Direção: Mari Corrêa e Kanaré Ikpeng (co-diretor) - Documentário, Brasil / Pernambuco - 2007
· Troféu Jesco Von Puttkamer - Melhor Média-Metragem (prêmio de R$ 25.000,00)
"LOSING TOMORROW" - Direção: Patrick Rouxel - Documentário, França - 2005
· Troféu Acari Passos - Melhor Curta-Metragem (prêmio de R$ 25.000,00)
"MEMÓRIA SEM VISÃO" - Direção: Marco Valle - Documentário, Brasil / São Paulo - 2005
· Troféu Bernardo Élis - Melhor Série Ambiental de TV (prêmio de R$ 25.000,00)
"TARÚ ANDE" - Direção: Marco Altber - (Sem Representante)
· Troféu José Petrillo - Melhor Produção Goiana (prêmio de R$ 40.000,00)
"ALÉM DOS OUTDOORS" - Direção: Caio Henrique Salgado e Paulo Henrique dos Santos - Documentário, Brasil / Goiás – 2006 - Representante: Caio Henrique Salgado
· Troféu João Bennio - Melhor Produção Goiana (prêmio de R$ 40.000,00) - "RAPSÓDIA DO ABSURDO" - Direção: Cláudia Nunes - Documentário, Brasil / Goiás - 2006
· Troféu Júri Popular Luiz Gonzaga Soares - Melhor Filme de Acordo com o Público (sem premiação em dinheiro) - "THE FAN AND THE FLOWER" - Direção: Bill Plympton - Animação, USA – 2005- Representante: Biljana Lobovic
· Troféu Imprensa - Melhor Filme Escolhido pelos Jornalistas (sem premiação em dinheiro) -"KHADAK" - Direção: Peter Broses e Jessica Woodworht - Ficção, Alemanha / Belgica – 2006

A cidade de Goiás recebeu mais de 200 mil pessoas durante o festival. Houve exposições artísticas em cada canto da cidade. Uma hegemonia de pensamentos em prol do meio ambiente. Teve um túnel simulador do aquecimento global onde as pessoas podiam sentir na pele os efeitos catastróficos da elevação da temperatura na Terra. Vários lugares com esculturas, pinturas, fotografias e textos voltados para o meio ambiente. Tenho certeza que todos recebemos a sementinha da preservação, agora precisamos regá-la para que se torne árvore frutífera.

O restaurante Braseiro esteve aberto dia e noite servindo seus clientes. Com o aconchêgo de uma casa de amigos. É só chegar e servir-se no fogão à lenha. O segrêdo da comida... ah!... segrêdo não pode ser revelado... se contar não é mais segrêdo! Mas que tem um segredinho... isso tem! Venha aqui provar e veja se voce descobre...
Fotos: Michelle Calderaro


30/05/2007

PEQUI


O Pequi, árvore da família das cariocáceas (Caryocar brasiliense) é o símbolo máximo da goianidade. É uma árvore de baixo porte nativa do cerrado. O fruto, substancial e gorduroso, é utilizado tradicionalmente na culinária do Centro-Oeste em pratos como arroz com pequi e frango com pequi. Da polpa, extrai-se um óleo empregado para frituras, como condimento e na fabricação do licor.

Embora seja encontrado em outros estados vizinhos, é apenas em Goiás que existem todas as espécies, as quais frutificam, no seu conjunto, de setembro a fevereiro. Mas dada a sua extrema importância para a grande maioria dos goianos, ele é conservado tanto em essência quanto em conserva.Sua história de amor com a culinária goiana começou ha séculos, na antiga Vila Boa (Cidade de Goiás), ainda no início do século XVIII. Atualmente é a fruta utilizada das mais variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes das mais variadas, no leite, e na forma de um dos mais afamados licores de Goiás, seu grande atrativo, além do sabor, são os cristais que forma na garrafa, que dizem, são afrodisíacos.


Alguma dicas de como se comer o pequi:

Ele deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres. Ele deve ser levado a boca para ser "raspado " cuidadosamente com os dentes, até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada e os espinhos ser vistos. Nunca jogue os caroços no chão: eles secam rápido e os espinhos podem se soltar. A propósito, a castanha dentro do caroço é uma delícia; para comê-la, basta deixar os caroços secarem por uns dois dias e depois torrá-los.

Importantíssimo: jamais, sob quaisquer circunstâncias morda o caroço. Se você morder o caroço, ficará com a boca cheia de espinhos. O jeito certo de comer o pequi é roendo.


O pequi também ameniza o tratamento de câncer.

Pesquisadores da UnB mostram que fruto ameniza ação degenerativa de drogas do tratamento da doença O fruto típico do Cerrado tem propriedades que o indicam como coadjuvante eficiente no tratamento de câncer e, ainda, para o retardamento da velhice.
Os dados foram levantados em pesquisa coordenada pelo professor César Koppe Grisólia, do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa concluiu que o pequi é capaz de proteger as células dos efeitos colaterais das drogas usadas no tratamento de câncer, que costumam ser muito violentos. Os testes realizados em camundongos submetidos a uma combinação de substâncias como ciclofosfamida e blomicina, usadas no tratamento de pacientes com câncer, revelaram que o pequi exerceu efeito protetor contra os danos causados às células pela combinação das drogas.
A idéia de investigar as propriedades do pequi veio com a descoberta de que ele era rico em vitaminas A, C e E. Outro benefício do consumo do fruto detectado pelos pesquisadores é que ele retarda a ação dos chamados radicais livres, moléculas que se formam no organismo humano e provocam reação danosa às células. Essas substâncias podem levar à formação de tumores, ao surgimento de doenças cardiovasculares e ao envelhecimento.


FRANGO COM PEQUI

INGREDIENTES:

1 frango caipira cortado em pedaços

1 colher de café de açafrão

1 dente de alho1 dúzia e 1/2 de pequis sem casca

1 cebola média em rodelas

Coentro picado

Sal
Acompanhamento:

6 espigas de milho debulhadas

1 cebola média em rodelas

Coentro picado

Pimenta calabresa a gosto

Pimenta-do-reino a gosto

MODO DE PREPARO:
Tempere os pedaços do frango com sal e pimenta-do-reino, horas antes de iniciar a receita. Deixe na geladeira até pegar gosto. Numa panela grande, coloque um pouco de óleo, um dente de alho amassado e o açafrão. Dissolva-os. Acrescente os pedados do frango. Mexa até dourar.
Em outra panela, refogue o milho. Despeje um pouco de água quente e abafe. Coloque sal, pimenta-do-reino e pimenta calabresa a gosto. Por último, a cebola em rodelas e o coentro picado. Desligue a panela do milho.
Quando o frango estiver dourado, coloque os pequis. Não mexa muito para que os frutos não endureçam. Depois, cubra o frango com água quente para que termine o cozimento. Quando a água secar, despeje a cebola em rodelas e o coentro picado.

20/05/2007

Cerrado dá sabor peculiar à culinária de Goiás


Aromático e amarelo, o pequi é um controverso ingrediente da culinária goiana। Não há meio-termo। Ama-se ou odeia-se.Típico da região Centro-Oeste, o pequi tem gosto forte e exótico e está em receitas doces e salgadas, do licor ao arroz e à galinhada.Mas atenção: nunca morda um pequi, pois o seu interior é repleto de minúsculos espinhos. Ao prová-lo, com os dentes, raspe delicadamente a sua superfície.A variedade gastronômica em Goiás é grande. As opções vão do arroz com feijão feito no fogão à lenha aos pratos que levam os frutos típicos e exóticos da região.Um deles é o empadão goiano, tipo de torta feita com carne de porco, linguiça, frango, queijo e guariroba (que parece um palmito amargo), assada em uma cumbuca e servida individualmente.Outros pratos que podem ser saboreados na cidade são o feijão-tropeiro, o arroz Maria Isabel (arroz-de-carreteiro), o peixe na telha e a moqueca de peixe.

Culinária

As sobremesas mais encontradas na cidade são os doces caseiros de frutas -principalmente as do cerrado-, os doces cristalizados, o bolo de arroz, o pastelinho (torta com doce de leite e uma pitada de canela) e o alfenim (doce feito com açúcar, água e limão, com formato de animais e flores)।Na praça do Coreto, no centro da cidade, um bar vende picolés e sorvetes de massa caseiros de sabores de frutas regionais, como murici e cajá, por R$ 0,70 o picolé ou R$ 1,00 a bola de sorvete.Goiás Velho tem muitos restaurantes, a maioria de pequeno porte. Aconchegantes, eles mantêm a arquitetura das casas antigas.No restaurante Braseiro, no largo do Chafariz, o ambiente é simples e a comida caseira, feita no fogão à lenha, farta. Uma refeição por pessoa inclui arroz branco, feijão, arroz com pequi, dois tipos de salada, dois tipos de carne, mandioca frita, farofa, guariroba e quiabo. O suco de cajá é ótimo.


ALESSANDRA Kianek

Enviada especial da Folha de S.Paulo a Goiás

02/04/2007

Restaurante Braseiro: a simplicidade em servir bem


Ana Maria se intitula uma vilaboense de corpo, alma e coração. É com este coração aberto e entusiasmo que recebe todos os visitantes que chegam à Cidade de Goiás e, em especial, ao Restaurante Braseiro, estabelecimento onde divide a sociedade com seu marido, Zé Prefeito.

O Braseiro serve comida regional, o lugar é bastante simples, mas a simpatia da proprietária e o fogão à lenha, situado estrategicamente ao lado do buffet de saladas, trazem um charme especial. O tempero, principal requisito de uma boa comida, supera de longe a rusticidade do local.

Na terceira edição do Festival de Gastronomia e Cultura da Cidade de Goiás, apresentou seus dotes de culinarista em ocasiões diferentes. Participou da oficina “Pequi: seu uso tradicional e contemporâneo”, ao lado do chef Humberto Marra (veja matéria) e comandou diariamente a cozinha de seu restaurante. No almoço é possível deliciar-se com as iguarias da culinária goiana.

Para o jantar, apresentou releituras de três pratos servidos cotidianamente no restaurante. A primeira opção, um filé alto com molho de alcaparras, foi acompanhada por um creme de abóbora, arroz e salada verde. O destaque fica por conta do creme, do qual Dona Ana fala que o segredo está simplesmente na escolha de uma boa manteiga caseira. O sabor é sem dúvida especial.

O frango com pequi foi revelado em nova roupagem: filé coberto com creme espesso de pequi, acompanhado por creme de milho e salada de berinjela. O creme de milho foi incrementado com manjericão e algumas folhas da hortelã. Um delícia que só não é superada pela.sobremesa, um sorvete de mangaba com coué de cajuzinho do Cerrado. Uma delícia impar da Cidade de Goiás, produzida pela “sorveteria” do Sr. Moisés. O cliente também pode escolher a "Moqueca a Braseiro", acompanhado por pirão, arroz com alho e salada mista.

Assim como os demais proprietários de restaurantes, Dona Ana Maria só tem elogios para o Festival. “A experiência é muito produtiva, traz bons resultados para a cidade e para os estabelecimentos. Acreditamos que a tendência é o evento se consolidar, crescer e trazer bons frutos”, concluiu.

Assessoria de Comunicação - Janaina Gomes
http://www.abraselgo.com.br/festivalcidadedegoias/noticias.asp?id=26

31/03/2007

"Olha, Ana, tempero não é tecnica, tempero é mão!" (Cora Coralina)


O pão de polvilho, o cheirinho bom de café, coado sempre na hora (e no coador de pano), o limãozinho cristalizado com doce de leite. Um bem-querer que tempera o feijão de Ana Maria Peres, proprietária do restaurante Braseiro, no centro da cidade. “Quantas e quantas vezes Cora mandava buscar o meu feijão. Ela sempre dizia que eu tinha que procurar fazer sempre o melhor, como tudo na vida. Parece que vejo Cora na minha frente aprovando: ‘Olha, Ana, tempero não é técnica, tempero é mão’.”
O encanto pelo fogão se deve aos doces que dona Ana, bem menina, furtava da janela de Cora. Mas como resistir às frutinhas expostas ao sol para secar? “Eu era vizinha dela. Éramos 11 irmãos. Quando ela estava cozinhando, levantava aquele cheiro gostoso. Não tinha como evitar a traquinice. Mas ela já estava acostumada. Brigava com a molecada, mas também gostava muito de conversar, de aconselhar. Repetia que ler era muito importante.”
Um encanto e incentivo que fizeram dona Ana dividir seu talento com os cuidados com o marido, filhos e, agora, os netos que estão vindo, a zelar pelo restaurante com porta na praça e também a se dedicar como professora. “Qual a receita de tanta luta? É a vida quem ensina. Mulher vila-boense é matriarca. Tem cultura e espírito forte.”
Foi essa luta característica das mulheres da cidade que fez Aninha ou Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, iluminar Cora Coralina. A menina que saiu de Goiás mocinha e voltou de cabelos brancos, para contar as histórias da casa velha da ponte:
Minha casa velha da ponte... assim a vejo e conto, sem datas e sem assentos. Assim a conheci e canto com minhas pobres letras. Desde sempre. Algum dia cerimonial foste casa nova, num tempo perdido do passado, quando mãos escravas a levantaram em pedra, madeirame e barro. Esquadrejaram tua ossatura bronca, traçaram teus barrotões na cava certa e profunda dos esteios altos, encaixaram teus linhamentos, cumeeiras, pontaletes, freixais, arrochantes e empenas, duras aroeiras, lavradas a machado, com cheiro de florestas, arrastadas em carretões de bois.
Por Leila K.
Jornal da USP março de 2007
O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.